quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Adeus, Madchen


Ontem minha bichinha foi embora. Não tenho nem muito o que dizer agora, ou talvez tenha tanto que nem dê pra colocar aqui.

Foram 14 anos do lado dessa bichinha, muito tempo e agora dói pra caralho ver que ela foi embora.

Quem não tem bicho não sabe como é isso. Nem sabia que foto dela colocar aqui, se a última, com ela de sapatos, se uma dela triste ou uma dela rindo. Cada uma dói de um jeito diferente. Escolhi essa mesma, engraçada como ela era, com esse sorriso lindo.

Sei que muita gente daqui já devia até ser íntimo dela de tantas fotos já postadas. Outros sabiam mais, a conheciam pessoalmente, sabiam de como ela estava.

É foda andar pela casa e procurar em cada canto que ela costumava ficar e saber que ela não vai estar lá.

Por mais que ela estivesse doente e velhinha não dá pra não ficar triste com o que
aconteceu. De consolo a gente tem isso e o fato de que estávamos todos juntos dela na hora que ela partiu.

Agora ela pode voltar a andar por onde quiser, correr, brincar, pular, tudo que ela gostava e não conseguia fazer mais. Está livre pra sempre.

O texto abaixo foi deixado por minha amiga Flávia no meu Orkut.



HOMENAGEM A MADCHEN


Minhas posses materiais são poucas e eu deixo tudo p/ vc...

Uma coleira mastigada em uma das extremidades, uma desajeitada cama de cachorro e uma
vasilha de água que se encontra rachada na borda.

Deixo p/ vc a metade de uma bola de borracha, uma meia rasgada que vai encontrar debaixo da geladeira e uma porção de ossos enterrados no canteiro e sob a minha casinha.

Além disto, eu deixo p/ vc a memória, que álias são muitas. Deixo a memória de 2 enormes e meigos olhos cor de mel, de um nariz molhado e de choradeiras atrás da porta.

Deixo p/ vc um tapete esfarrapado em frente à sua cadeira preferida, o qual nunca foi
consertado com o tipo de linha certa...eu o mastiguei todinho, qdo ainda tinha 5 meses de idade, lembra-se?

Também deixo p/ vc memórias da 1º surra que levei qdo comi seu celular e tb todo o meu esquecimento...

Deixo p/ vc um esconderijo que fiz no jardim debaixo dos arbustos perto da varanda, onde costumava me esconder do sol. Ele deve estar cheio de folhas agora e talvez tenha dificuldades em encontrá-lo. Sinto muito!

Deixo tb, só p/ vc, o barulho que eu fazia ao sair correndo sobre as folhas, qdo andávamos pelo Jardim Botânico.

Deixo ainda a lembrança de momentos pela manhã, qdo saíamos juntos pela Lagoa e vc me dava aqueles biscoitos coloridos. Recordo-me de suas risadas, pq eu não conseguia alcançar aquele gato impertinente.

Deixo-lhe como herança minha devoção, minha simpatia, meu apoio qdo as coisas não andavam bem, meus latidos quando vc levantava a voz aborrecido, e minha frustração por vc ter ralhado comigo todas as vezes que eu colocava o nariz debaixo da cauda.

Eu nunca fui à igreja, nunca escutei um sermão e sem ter dito sequer uma palavra em minha vida, deixo p/ vc lições de paciência, de tolerância, de amor e de compreensão.

Sua vida tem sido mais rica pq eu vivi.

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