Ano passado li a biografia de Jimi Hendrix contada por uma amiga dele. Parte do livro foca a briga judicial pelo legado do guitarrista entre empresários e a sua família. Seu pai, que não gostava muito dele, ao saber da morte do filho perguntou por dinheiro na casa, por testamento. Sua irmã adotiva conseguiu tomar para si as rédeas dos negócios excluindo os companheiros de banda e o irmão de Jimi, Leon, insinuando até que ele não seria filho legítimo. Seu pai e sua madrasta passaram a dizer que o amavam e incentivavam, ela chegou a dizer que sua cor preferida era roxo por causa de "Purple Haze" música de Hendrix. Desrespeitaram o artista e seu amor pela música. Como meu irmão falou, depois de ler o livro você fica sem vontade de gastar um tostão sequer por algo oficial de Jimi Hendrix, só para não dar dinheiro à sua meia irmã. Ele morreu em 18 de setembro de 1970 e até hoje a briga pela sua herança persiste.
Agora morreu Michael Jackson e uma das primeiras perguntas de sua mãe foi se havia dinheiro em sua mansão e garantiu a guarda dos filhos dele. O pai está armando um funeral show. Vai começar uma briga por herança, direitos de suas músicas e as dos Beatles que ele ainda tinha. Vejo se repetir a história que li sobre Hendrix. Acho que a favor da família de Michael vem o fato de que eles, bem ou mal, ajudaram em sua carreira, seus irmãos tentaram o sucesso mas a sombra dele foi sempre maior.
Foram dois monstros na música, em estilos bem diferentes, mudaram o que estava sendo feito, o que foi feito depois. Eram felizes ali, com a guitarra na mão, dançando. Ali foram reis e sua verdadeira herança está no que deixaram para a música, nos fãs. 38 anos depois da morte de Hendrix, fãs ainda surgem, eu sou um. Daqui a 20 anos ainda nascerão fãs de Michael Jackson que saberão reconhecer o que ele fez para a música porque hoje é fácil achar os seus clipes comuns mas ver a revolução que ele fez na dança e nos clipes e Hendrix fez no rock e na guitarra são outros 500.
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