sexta-feira, 6 de maio de 2011

Três historinhas em uma semana

Domingo, quando voltava pra casa depois da comemoração por mais um título do Flamengo, ia atravessar a rua e vi um cara suspeito do outro lado. Ele, que estava comendo alguma coisa, me olhou, começamos a atravessar indo um de encontro ao outro, ele olhou de novo, colocou a mão na cintura, olhou pra frente. Notei o volume por baixo da camisa, bem característico, passei por ele no meio da rua, apertei o passo, cheguei na calçada e subi minha rua correndo. Vai que era um vascaíno revoltado querendo acertar um flamenguista?

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Na terça eu esperava o ônibus para voltar pra casa quando notei uma movimentação atrás do painel do abrigo. Um cara tinha dificuldades para ficar em pé, outro rapaz veio e o segurou, fazendo com que ele se sentasse. O sujeito só dizia "Ai, meu Deus. Ai, meu Deus", e parecia sentir dor. Pensei que podia ser infarto, o rapaz falou que ele não parecia estar bêbado. Coloquei a mão no ombro do homem e comecei a falar com ele perguntando coisas básicas como o nome, sobrenome, onde ele morava. Ele respondia com olhar perdido até que perguntei o que ele estava sentindo.

- Ninguém gosta de mim!

Pronto, diagnóstico feito. Perguntei se ele tinha celular, se queria que eu ligasse para alguém, perguntei com quem ele morava. Ele colocava as mãos sobre os bolsos preocupado com o que tinha lá. Falou que não queria que ligasse porque iam ficar preocupados, falou que morava com um amigo.

Aí me olhava e dizia "Esse é gente boa" e apertava minha mão. Só faltou dizer "Tu é meu irmãozinho, sabe que te considero pra caramba!". Vi meu ônibus chegando e fui pra casa como as outras pessoas já tinham feito. Não aprendi como dar primeiros-socorros a bêbados.

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Na quarta eu voltava pra casa no ônibus do metrô (que eles chamam pomposamente de Metrô na Superfície). Sentei na janela e pouco depois um cara sentou do meu lado quase me esmagando. Peguei meu livro pra ler e me ajeitei, o cara olhou meio incomodado. Daqui a pouco ele me fala com sotaque lusitano:

- Poderia me aliviar um pouco?
- Aliviar pra onde, não tá vendo que eu tô espremido aqui? Você tem espaço, chega pra lá.
- É verdade.

Não aliviou muito. Sujeito folgado, acha que cabem dois nesses bancos de ônibus e ainda queria sentar todo folgado. Faltou pouco pra eu perder a paciência e empurrar aquele nariz pra dentro.

Não sei qual o critério de vocês mas eu escolho a pessoa ao lado de quem vou sentar pelo tamanho, sempre cato os menores pra sobrar espaço no banco. A pior coisa é sentar do lado de um grandão naqueles bancos com braço.

3 comentários:

Anna Flávia disse...

Eu nunca sento na janela. É uma tática pra evitar que alguém sente ao meu lado e na maioria das vezes funciona.

E eu morro de medo quando vejo caras suspeitos assim. E também bêbados.

Beijo

Tinúviel disse...

Eu sempre sento no corredor, é bem mais fácil para sair e vc não tem que "esfregar" o seu traseiro na cara da pessoa. Não costumo olhar muito, se tiver lugar vago..Oba!

e eu que ando na super paranóia de achar que qualquer garoto de boné,chinelo de dedo, bermuda e blusa largada é um pivete ( o que eu posso fazer se a maioria que faz isso usa esse tipo de roupa..ne?!)
É uma pena..

Você é para-raio de bêbados tbm hahaha

Nana disse...

Uma vez, peguei um ônibus q passava pela minha casa mas ia para um bairro mais distante e mais barra-pesada pq tava chovendo muito. Sentei ao lado de um bêbado e com uma mae que comecou a espancar a filha dentro do ônibus. Os dois se pegaram numa discussão e eu tive que saltar antes do meu ponto pra nao apanhar... Acabei tomando chuva!
Bjs e fik c Deus.

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