sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Não te Interessa!

Outro dia estava conversando com uns colegas do trabalho sobre assuntos diversos quando surgiu o tema do racismo. Um deles era um senhor negro de uns 60 anos que contou alguns casos sofridos por ele. Veja bem, estou falando de um funcionário da Petrobras com décadas de empresa então o fator financeiro estava fora de questão.

Em um dos casos ele foi a uma concessionária buscar um carro e o segurança lhe perguntou onde ia ao que ele respondeu com agressividade "não te interessa!". Aqui muitos devem estar achando que ele foi grosseiro e o segurança só fazia ser trabalho, mas eu fiquei pensando em quantas vezes ele sofreu esses e outros questionamentos apenas por sua cor. Quem nunca passou por nada disso certamente responderia sem problemas ao segurança, mas quando você passa uma vida tendo que se justificar, deixando de ser atendido em restaurantes, sendo barrado na porta dos bancos, vendo pessoas travarem as portas dos carros quando você atravessa a rua.

Depois de uma vida passando por isso, não precisa de muito para identificar uma pergunta inocente de um questionamento racista. Não precisa muito para que o grito de NÃO TE INTERESSA, saia da garganta.

Isso faz parte da consciência negra que eu tento entender melhor.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Grito

Um grito mudo, com todas as forças, que faz a garganta arder, o peito doer, tira o fôlego, traz lágrimas aos olhos e que ninguém ouve.

Com as mãos abro o peito, rasgo a pele e os músculos, exponho ossos, arranco as costelas, expulso pulmões e coração com o último suspiro.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Verdades e verdades

Algumas verdades precisam ser ditas.
Algumas verdades precisam ser ouvidas.
Mas quem tem coragem pra dizer?
Quem tem coragem pra ouvir?
Quem sabe dizer?
Quem sabe ouvir?

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Amor e Apego

O vídeo dessa monja andou repercutindo na internet. O que é amor, o que é apego, por que confundimos um com outro? Será que algum dia amamos de verdade ou só tivemos apego? Assista, clique no quadradinho no canto inferior direito que a legenda aparece.




Conversando sobre isso com uma amiga começamos a conjecturar várias situações a respeito destes dois sentimentos, em quais tipos de relacionamento essas definições se aplicam?


O apego é colocado como um sentimento de posse, de medo de perder. O amor envolve algo mais carinhoso em que este medo não existe. Então, num relacionamento amoroso, o ciúmes tem lugar? Os relacionamentos seriam puramente amorosos ou têm sempre um pouco de apego de ambas as partes?


Quando alguém vê um parceiro olhando para outro na rua vem aquela ponta de ciúmes, mas por que isso? Talvez porque naquele momento ele foi trocado, ele perdeu um pouco da atenção do outro. O ciúme que surge naquele momento pode ser o medo de que esta troca cresça, que o interesse por outros ou por alguém específico cresça. E então ele é trocado de vez, perde o outro. Ciúmes então é um medo de perder, algo relacionado mais ao apego do que ao amor - considerando a definição da monja - mas existe algum relacionamento totalmente livre de ciúme? Amor e apego andam de mãos dadas?


Saindo da relação de um casal, expandindo para amigos, família. Quem não tem medo de perder um parente? No entanto ninguém associa o relacionamento de pais e filhos com apego, pelo contrário, diversas pessoas dizem que aquele sim é um amor incondicional. Vemos alguns pais criando realmente os filhos para o mundo enquanto outros parecem criar os filhos para si mesmos, com um medo enorme de perdê-los. Talvez em uns o amor seja maior que o apego e em outros seja o contrário. Filhos também têm muito medo de perder os pais, não gostamos nem de pensar nisso. Agora, imagine aquela situação triste em que vemos um ente querido extremamente debilitado por uma doença ou acidente, numa cama de hospital, inconsciente ou pior, plenamente ciente de seu estado vegetativo, ansiando por uma morte digna. O medo desta pessoa morrer, de perder esta pessoa é muito pouco relacionado ao amor é mais ligado ao egoísmo. Deixar que esta pessoa se vá é visto como uma grande prova de amor. Como quando alguém deixa aquele que ama viver uma aventura em outro país porque sabe que aquilo será melhor para ele sem medo de perdê-lo.


Uma vez li em uma entrevista um cara dizendo que quem ama a vida tem medo da morte, mas o que é a vida se não o medo de perder a vida? E medo de perder não é o que chamamos de apego? Então temos mais apego do que amor à vida ou este medo de morrer é algo além da nossa natureza humana e mais ligada à nossa natureza animal, ao nosso instinto básico de sobrevivência? Já falei aqui que realmente admiro pessoas que não têm medo de morrer, acho que isso é extremamente raro, a plena consciência da morte e de que isso é inevitável então não adianta temê-la. Curioso eu ter visto isso mais em pessoas idosas, um grupo que por se ver este momento muito mais perto passa a temê-lo ou aceitá-lo mais intensamente.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Samhain

Dia 31 de outubro foi o famoso Dia das Bruxas, conhecido também no Hemisfério Norte como Samhain, o começo do Inverno no Hemisfério Sul sendo Beltane, o começo do Verão.

Meu amigo Herne, da Wyldwood Radio escreveu um texto sobre este momento que eu gostei muito e tenho compartilhado, em todo ou em parte e aqui vou colocá-lo integralmente, incluindo a reflexão que ele fez sobre Paganismo.

"Samhain é uma época de sacrifício. Isso não significa que você deve encontrar um bode, galinha ou outro ser vivo e cortar sua gargante, apesar deste ter sido certamente um elemento que fez parte de nossas tradições e em todas as outras religiões da Terra no passado, sacrifício tem um significado muito mais profundo e espiritual na época moderna. O tipo de sacrifício que estou descrevendo é sobre a elevação ou estilo de vida, prática espiritual e mesmo posses e o ato de nos livramos de coisas que podem estar nos atrasando, enchendo de emoções ou memórias negativas, e de mudar coisas que fazemos e que pode não ser saudável para nós ou nossa espiritualidade escolhida.

Como podemos fazer isso em nossa vida diária? Bem, abaixo há alguns pontos que espero que possam ajudar.

Posses:
Você continua segurando itens que você provavelmente não pretende usar e ainda assim promete a si mesmo que vai? Estes itens representam uma porção de energia que flui através da sua vida, cristalizada de forma sólida, eles não podem fluir e eles tomam espaço no armário, guardarroupas ou mesa, eles impedem que coisas novas e boas entrem na nossa vida. Por que não dá-los para um amigo que realmente vai usá-los? Ou talvez para a caridade? Ou até para um brechó, fazer algum dinheiro, isso é uma coisa boa! Eu descobri que estava guardando por anos objetos que eu sentia que tinham significado espiritual quando eu estava em relacionamentos ruins ou em grupos de pessoas nocivas, alguns anos atrás eu decidi me livrar deles, eu dei eles para a terra e desde então a vida melhorou muito.

Pessoas e lugares:
Por que nós continuamos a visitar lugares e pessoas que nos causam estresse, dor ou nos trás más memórias? Muitas vezes nós continuamos porque nós sentimos que nós devemos fazer todos felizes, e isto é uma coisa legal, mas isso é extremamente nocivo para nós. Nós devemos considerar-nos o tanto quanto consideramos outros, a única frase que a maioria dos pagãos conhecem do Wicca é "Sem Ninguém Prejudicar Faça O Que Tu Quiseres" inclui você também. Seja qual for o dano que você faz para si mesmo, você faz com o mundo ao seu redor. Seja gentil com você mesmo. Obviamente com isso eu não quero dizer para você parar de visitar o dentista ou médico, eles podem causar dor, mas eles ajudam a te manter saudável e vivo!

Trabalho:
Não está feliz no seu trabalho? Junte-se ao clube com mais pessoas no mundo moderno, a diferença é, enquanto no Oeste nós temos escolhas para fazer sobre isso, infelizmente isso não é verdade em muitos lugares como os países do segundo e terceiro mundos. Mas se seu trabalho está te causando nada além de depressão ou até danos físicos, por que mantê-lo? Eu não quero dizer para você sair agora, não totalmente, mas comece a buscar outros, começe a procurar por coisas que você AMA, não as coisas que você sente que não tem chance mas tem que fazer.

Espiritualidade:
Esta é uma avaliação difícil, uma que eu sei que vai causar algumas pessoas que estão determinadas a chamar a si mesmas algo que não são, a me chamar de muitas maneiras e nomes e me dizer o quanto estou errado e me dizer que sou um bastardo elitista mas goste você ou não, esta é a verdade:

Este ano no Samhain está 21°C no Reino Unido quando de fato devia estar por volta de 5ºC. A temperatura do primeiro dia do INverno é a mesma de Sidney, Austrália, onde eles estão celebrando o Beltane, o começo do Verão e isso, eu temo, é simplesmente inaceitável.

Quando eu vim para o Paganismo mais de 20 anos atrás, eu fiz não apenas porque crenças, histórias e práticas me inspiraram mas porque eu realmente acreditava, sinceramente, na mãe Terra, seja lá que nome você queira dar a ela, o eterno feminino divino e eterno divino masculino. Eu entendi completamente a rede de criação e como tudo que eu fazia afetava todo o resto, o que eu fazia a mim mesmo eu fazia para o Universo, o que eu fazia para o Universo eu fazia a mim mesmo. ISTO é a filosifia pagã, então por que na terra, ou qualquer outro reino, eu iria querer me poluir? Se eu dirigir eu tenho que respirar esta poluição e estou pagando para americanos bombardearem o Oriente Médio e estou pagando pela poluição que vem das refinarias. Se eu como no McDonalds, estou pagando para alguém maltratar animais a meu favor, e brincar de Deus com genética, e cortar diversos campos ou florestes para que eu possa comer um hambúrguer nojento. ISSO NÃO É PAGÃO.

Como os pagãos que pertencemos um conjunto de caminhos espirituais apelidado de "religiões centradas na Terra", significando que o centro de nossa espiritualidade é o respeito, veneração, amor e cuidado com a Terra. E mesmo assim muitas pessoas que clamam ser pagãs são tudo menos respeitosas, amorosas ou cuidadosas com a Terra. De fato, existem muitos que se dizem pagãos que estão mais centrados em si mesmos. Existe outro nome para uma religião não cristã que coloca a si mesmo como o centro da adoração, Satanismo. Por favor, se você finge ser pagão e não consegue alterar seriamente seu estilo de vida para ser menos danoso ao meio ambiente, para ser menos danoso para outros seres vivos que dividem a Terra com a gente, humano, animal ou o que seja, então, por favor, tome esta oportunidade para dizer a si mesmo que você não é realmente um pagão e simplesmente se inspira pelas práticas, estilo de arte, histórias e música dos pagãos ou que você está no paganismo pela sua elegante e alternativa ao mainstream Cristianismo/Islamismo.

Se você não está colocando a Terra no centro de seu caminho espiritual e ativamente tentando ajudar a desacelerar tendência da poluição e destruição, você não é um pagão, você está fingindo, desculpe, mas é assim mesmo. E não há nada errado em não ser pagão! Está ok ser apenas VOCÊ, se você começar a chamar a si mesmo como pagão apenas porque você quer se encaixar com pessoas que tem uma visão similar à sua, você está fazendo algum mal a si mesmo, e você está ajudando a tornar o Paganismo em nada mais do que as outras religiões organizadas cheias de pessoas que se ressentem em ir a cerimônias regulares e ativamente seguir o caminho completo. Você será apenas como estes pobres caras que vão para a igreja toda semana e finge durante os hinos se sentindo sugado e entediado o que é parte da razão pelas quais as pessoas vão para o Paganismo em primeiro lugar.

Além disso, existem práticas que você foi ensinado que estão funcionando com você? Se não, por que fazê-las? Você sente que você deve ter uma maneira melhor de realizar uma cerimônia? Você atende a um grupo mas sente que preferiria trabalhar sozinho?

Avalie seu caminho espiritual, não rotule-se uma bruxa, druida, xamã ou heathen ou o que seja se você n"ao sente que você pode se dedicar integralmente a este caminho, se você não pode ou não quer praticar totalmente o caminho você não é bruxa, xamã, druida ou o que seja, você apenas se inspira nisso E NÃO HÁ NADA DE ERRADO COM ISSO.


Se você é parte de um grupo que diz a você coisas ridículas como "as bruxas de antigamente matariam uma irmã se ela deixasse o coven" saia e denuncie isso à polícia.

Se você, como eu, foi vítima de abuso sexual por alguém que devia agir como líder em seu grupo espiritual, deixe e reporte à polícia e à organização de que o grupo faz parte!

Se você, como eu, foi vítima e reportou à polícia e a organização não ligou, deixe a organização também. Apenas porque você seguiu sua liderança, rumo ou oficinas, não significa que você está ligado a eles e deve aceitar tudo que eles decidem.

Resumo:

VOCÊ é importante, pare de se atolar com posses, lugares, pessoas, práticas, expectativas ou qualquer coisa que te cause danos. Se você não pode se comprometer totalmente com algo, não se comprometa. Você não deve se casar com alguém que você "tipo gosta" porque você sabe que nunca vai amar, você não será feliz desta forma e isso é o mesmo em todos os aspectos da vida, religião, amor, trabalho. E quando você começar algo que você sabe que não pode terminar, se sente estressado, irado e deprimido, POR QUE fazer isso consigo mesmo?

Então, neste Samhain, tome tempo para sacrificar o que não é mais bom em sua vida (NÃO, isso NÃO significa pessoas ou animais, é puramente metafórico!), desista do que te mantém pra baixo, permita a si mesmo experimentar algo que VOCÊ queira e não o que outra pessoa quer de você."
















sexta-feira, 11 de julho de 2014

O Parque



Esse caso me aconteceu há uns meses, ou anos, e resolvi escrevê-la antes que ficasse maluco. Embora eu ache que assim que ela for lida eu serei dado como louco ou alguém que andou viajando pro Uruguai ou Holanda mas juro que não é o caso - bom, pelo menos não esse tipo de viagem.

Perto de onde moro, de onde morava também, existe um parque bem antigo. Antigamente este parque era uma casa, aliás uma baita casa, onde uma família do século XIX pelo menos viveu com seus escravos. Sim, é uma casa da época em que havia escravidão no Brasil e hoje é um parque onde famílias vão nos finais de semana para fazer piquenique.

Eu frequento este parque desde que era criança, embora não more por perto há tanto tempo, mas como estudei por ali e minha avó morava perto, era um lugar que ia com a turma do colégio ou com a família para brincar. Quando me mudei para a casa da minha avó, já falecida, voltei a frequentá-lo, já na minha adolescência. Nessa época o parque andava bem largado, quase não recebia visitantes, a manutenção era muito precária com árvores crescendo em qualquer lugar que as sementes caíssem. Mesmo assim eu ainda ia lá para ficar sozinho, pensar na vida, ouvir o silêncio das árvores.

Nessa época eu tinha alguns problemas que me perseguem até hoje e outros dos quais já me livrei, um destes era a insônia. Eu deitava para dormir e sempre levava horas até pegar no sono ou acordava de madrugada e levava horas para dormir de novo ou sequer dormia. Ficava rolando na cama, tentava ler, estudava, ia ver TV, nada adiantava. Algumas vezes desistia e ia dar uma volta, já com o Sol nascendo. Foi num dia desses em que essas duas peças da minha vida se encaixaram.

Acordei de madrugada e o sono não vinha mais. Rola pra um lado, pra outro, nada. Resolvi sair de casa com o céu ainda escuro, não devia ser nem quatro horas da manhã. Saí devagar para não acordar ninguém, a cachorra que eu tinha na época não fez barulho e fui andar pela rua. Me ocorreu a ideia de ir até o parque, que estava fechado àquela hora, é claro, mas eu sabia que poderia entrar pois o muro é baixo o suficiente para que qualquer um com mais de dez anos, ou até menos, pule. E foi o que fiz.

Ruas vazias, poucos carros passando, ninguém em volta, eu pulei o muro. Vale dizer aqui que eu sempre fui um cara muito medroso para violar regras, invadir um parque inclusive, mas acho que a insônia havia suplantado minha sanidade. Entrei com cuidado e fui andando pelos caminhos que eu conhecia mas conforme eu me afastava da rua e da iluminação pública o parque ia ficando incrivelmente sombrio. Meus medos de infância foram surgindo a cada vento que tocava as folhas que eu via mais claramente conforme meus olhos se acostumavam à escuridão. Não sabia se os arrepios que eu sentia eram fruto do medo ou do frio da madrugada misturado ao ar fresco do parque. Mas eu fui entrando e podia ver a iluminação do casarão de um lado e as luzes da rua de outro, o que me dava certo senso de direção.

Conforme me embrenhava eu ia redescobrindo o parque, outros sons, outras formas, eu pisava cada vez mais leve e parava de vez em quando para poder ouvir melhor e evitar ser pego por algum guarda que circulasse à noite (algo que nunca aconteceu, acho que tal tipo de ronda não existe lá). Eu ia pensando “vou até o coreto” e quando chegava lá pensava “vou até o aquário” e quando chegava no aquário, “vou até o parquinho” e quando já estava no parquinho “já vim até aqui, vou subir até o lago”. E lá eu ia, de uma forma que nunca havia pensado fazer, fui me aventurando pela escuridão do parque com suas plantas, árvores, folhas voando com a brisa, sons de animais e uma ou outra cobra imaginária.

Em determinado momento não podia mais ver luzes do casarão, da rua ou do prédio ao lado, a escuridão era quase total mas ainda era possível ver muita coisa e percebia a clareira onde fica o pequeno lago onde alguns patos viviam. Uma luz fraca revelava que o local estava coberto por folhas, obra do descaso com que o parque era cuidado naquela época. Fiquei observando como o vento as moviam quando notei uma claridade vindo por entre as árvores à minha direita. Este lado do caminho é uma subida um tanto íngreme, com uma vegetação mais fechada mas foi possível ver a luz pálida por entre as folhas, numa intensidade e cor que descartavam as possibilidades de ser uma casa ou lanterna de algum outro aventureiro. Não havia casas naquele local, nenhuma invasão e não havia como alguém acampar ali. A curiosidade me fez subir buscando espaços por entre as plantas em meio a troncos caídos e galhos com espinhos.

Lembrando agora eu devia parecer um desses mosquitos que são atraídos por uma lâmpada e morrem eletrocutados numa armadilha, se eu tivesse esta visão naquele momento talvez eu retornasse mas provavelmente eu estava capturado pela luz. Observava pequenos movimentos que me deixavam na dúvida se eram causados por uma movimentação da fonte de luz, das plantas ou minha. Cheguei perto o suficente para observar a forma da qual emanava aquela luz e acho que a partir daqui vocês me acharão louco.

sábado, 28 de junho de 2014

Veio a calhar

Frase que vem bem a calhar com esse post que fiz recentemente.



PS: Como muito do que vemos na internet não dá pra ter certeza se a frase é de Kant mas os lugares onde procurei creditavam a ele. De qualquer jeito é muito boa.

sábado, 21 de junho de 2014

Sou contra - Sou a favor

Sou contra pena de morte
Sou a favor das cotas raciais em universidades
Sou a favor da Lei Seca no trânsito
Sou contra testes científicos em animais mas não vejo outro jeito
Sou absolutamente contra testes científicos em presos
Sou a favor de que presos tenham que trabalhar
Sou contra cotas raciais em concursos públicos
Sou a favor do aborto
Sou a favor do Bolsa Família
Sou a favor do casamento gay
Não sei se sou contra ou a favor de legalização das drogas

Minhas opiniões não são imutáveis. Algumas já mudaram, outras não mudarão.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Wyldwood Radio

Só pra tirar as teias de aranha, vou compartilhar essa rádio que encontrei pela internet, bem diferente do que toca por aí com música celta, tribal, medieval ou, como eles preferem, pagã. Vale a pena ouvir de manhã, de noite, antes de dormir, quase música ambiente, muito boa.

Wyldwood Radio

sábado, 12 de outubro de 2013

Red Dead Redemption - Far Away

Quando eu li pela primeira vez que videogames deviam ser tratados como arte eu nem jogava ainda mas não discordei. Mesmo sem jogar eu lia sobre e ouvia falar. Vejamos, que forma de artes consagradas nós temos? Literatura, pintura, fotografia, música, cinema? Videogames possuem histórias excelentes, bem contadas e muitas vezes complexas, alguns deles renderam livros. Os cenários dos jogos não diferem de pinturas e muitas vezes fotografias. Alguns mostram lugares reais e históricos, outros criam mundos de fantasia e ficção científica tais quais vemos no cinema, que é basicamente uma mistura de literatura, fotografia e música.

E aí o blá blá blá chega ao fim e mostro o vídeo que motivou o post. O jogo Red Dead Redemption conta a história de um ex-bandido obrigado pela polícia a capturar seus antigos parceiros em troca da liberdade de sua família. Isso já renderia um clássico filme de faroeste! A história se passa na fronteira dos EUA com o México por volta de 1911. Na primeira vez em que o personagem se aproxima desta fronteira o volume do som ambiente abaixa e a música "Far Away" de José Gonzalez toca inteira. Vejam no clipe se não é algo digno de arte.


Far Away - José Gonzalez

Step in front of a runaway train just to feel alive again.
Pushing forward through the night, aching chest,blurry sight .
It's so far, so far away.
It's so far, so far away.
Cold wind blows into the skin.
Can't believe the state you're in.
It's so far, so far away.
It's so far, so far away.
Who are you trying to? impress, steadily creating a mess?
Step in front of a runaway train, just to feel alive again.
Pushing forward through the night, aching just blow aside.
Aching just to blow aside, aching just to blow aside...
Step in front of a runaway train, just to feel alive again.
Pushing forward through the night, aching just blow aside.
Aching just to blow aside, aching just to blow aside...

Em tempo, Red Dead Redemption era meu jogo preferido até eu descobrir The Elder Scrolls V: Skyrim. Falarei dele depois.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Grandes verdades ditas por grandes filhos da puta.

"A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística." (Joseph Stalin, ditador soviético, responsável pela morte de aproximadamente 7,5 milhões de pessoas na URSS)

"Uma mentira contada mil vezes torna-se uma verdade" (Joseph Goebels, ministro da propaganda de Hitler)

"O preço da justiça está no canhoto do meu talão de cheque" (Sergio Naya, deputado e engenheiro responsável pela morte de oito pessoas na queda do edifício Palace II no Rio de Janeiro em 1998)

"O problema não é a opinião pública e sim a opinião publicada" (Paulo Maluf)

terça-feira, 14 de maio de 2013

Porque Sou a Favor de Cotas Raciais

Dizem que em blog é preciso timing e acho que perdi um pouco ao não falar sobre isso ontem. Teria sido perfeito, justamente no dia em que se comemorou os 125 anos da assinatura da Lei Áurea. Aliás, alguém aí lembra da história que correu em 1988 de que essa lei só teria validade por 100 anos e que os negros poderiam voltar a serem escravizados caso o Sarney não a renovasse?

Não tem nada a ver mas achei legal


Voltando ao tema do post, eu acho que uma das minhas qualidades é mudar de opinião. Eu vejo que as pessoas que dizem que preferem ser essa metamorfose ambulante são justamente as que têm a mesma velha opinião formada sobre tudo. Pois bem, eu já fui contra cotas raciais, hoje sou a favor e esse foi um dos pontos que eu mudei de opinião ao longo dos anos.

Sendo branco (ou não, verdade, já fui chamado de branquelo, branco, moreno, negro, árabe, latino e pardo, queria que o IBGE adicionasse "cor de burro quando foge") fica fácil pra mim ser contra as cotas raciais e sendo formado é fácil ser a favor, eu não vou enfrentar vestibular mais, né? No começo eu tinha a opinião compartilhada por muitos: as cotas invertem o racismo, os brancos terão mais dificuldades para entrar, serão barrados na faculdade por um negro com nota menor, seria melhor colocar cotas para estudantes pobres, o certo é melhorar a educação de base...

Eu ainda concordo com tudo isso, exceto a dos pobres, essas existem através de cotas para estudantes da rede pública, mas mesmo assim acho que as cotas raciais são necessárias hoje por um motivo que começou há 125 anos e um dia atrás. Aprendemos na escola que ao mesmo tempo que os negros foram libertos eles não foram reintroduzidos na sociedade e por isso hoje a interseção dos conjuntos de negros e pobres no nosso país é tão grande. Dessa forma penso que adotando as cotas raciais corrigimos hoje um erro cometido séculos atrás. Sim, as gerações atuais e algumas do futuro pagarão por isso mas uma hora isso devia ser feito. Por isso eu acho também que as cotas devem ser temporárias. Com o tempo essas diferenças serão corrigidas, mais negros entrarão nas faculdades fora das cotas e a interseção de pobres e negros reduzirá.

Por outro lado, sou contra cotas em concursos públicos em nível superior. Ora, se todos saem da mesma faculdade, com as mesmas condições, não há mais necessidade de favorecer um grupo. Depois de entrar na faculdade, todos terão as mesmas chances, ainda mais agora que os cotistas receberão bolsa para estudar. Na faculdade a vontade individual faz mais a diferença no sucesso do aluno do que sua origem e o cara que se dedica terá mais chances no concurso.

Mas, quem sabe algo me faça mudar de opinião quanto a isso também um dia?

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