sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pequena aula de português com o "professor" Murdock

Claro que professor tinha que estar entre aspas, tem professores de verdade que leem essa bosta aqui e iam se sentir ofendidos de me ver no mesmo grupo deles. Nem mestrado eu terminei, larguei aquela porcaria porque não era o que eu queria, o máximo que sou hoje é instrutor de Kung Fu, federado, mas só ensino alguma coisa pros outros alunos da academia mesmo.

Mas tem coisas que leio nos blogs por aí que doem, e muito, nos olhos, como me dói nos ouvidos aquela "Onde você pretende estar daqui cinco anos" da propaganda do Ford Fusion. Até que algum professor de português me diga o contrário, pra mim falta um A nessa frase: onde você pretende estar daqui A cinco anos.

Eu sou engenheiro e, ao contrário do que alguns pensam, acho que preciso saber português bem e saber escrever corretamente sim e acho que não cometo grandes deslizes, se cometer, espero que me corrijam, ainda nem sei direito essas novas regras. No segundo grau tive aula com um puta professor de português, o cara era bom PRA CARALHO, tanto que agora tá no Soletrando do Luciano Huck, o professor Sérgio Nogueira. Então, vamos lá.

Uma que dói mesmo é as pessoas não saberem usar infinitivo ou as flexões verbais. Em blogs e MSN escrevem coisas como "eu cair", "eu sair" ou então "eu vou assisti", "eu consigo subi" quando era pra ser "eu caí", "eu saí", "eu vou assistir", "eu consigo subir". No primeiro caso o verbo está no pretérito perfeito, então tem que ser conjugado, no segundo, em linguagem coloquial, o que foi flexionado foi o verbo Ir então o outro fica no infinitivo mesmo. Acho que esse tipo de erro só acontece com verbos terminados em "ir".

Outra é a confusão que fazem com o verbo haver. Todo mundo sabe que quando equivale a existir, o haver não vai pro plural, né? Por exemplo "havia cinquenta pássaros no aviário" (existiam cinquenta pássaros). Mas, por exemplo, pra expressar passado, se usa o verbo haver, "eu me formei há seis anos" (dizer "há seis anos atrás" é pleonasmo, fica feio). E, no futuro, não é verbo, por isso a frase da propaganda seria escrita daquele jeito. Também não escrevemos "eu não tenho nada haver" o certo é "eu não tenho nada a ver".

Nem vou tentar ensinar a usar crase aqui, isso é mais complexo do que aquele monte de porquês que temos, só vou dar as dicas que o professor Sérgio dava na aula. Sabendo que crase é a junção da preposição a com os artigos a(s), aquele(s), aquela(s) ou aquilo(s):

1 - Tente passar o objeto para o masculino. "Eu vou à escola" - "Eu vou ao colégio". Pronto, se o a virou ao, tem preposição e artigo, então tem crase. Exceção aí é quando tem pronome possessivo na jogada, mas não sei direito como é.

2 - "Se quando volto, volto da, quando vou, crase pra cá, se quando volto, volto de, quando vou, crase pra que?". Isso aí serve para quando você diz que vai a algum lugar. Por exemplo, eu vou a Portugual ou à Portugal? E vou à Espanha ou a Espanha? Volte.
Eu volto de Portugal e volto da Espanha então eu vou a Portugal e vou à Espanha. A rima quem me ensinou, desse jeito, foi o prof. Sérgio.

Tá bom, né? Texto longo, ninguém deve ter lido tudo. Há braços.

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