quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sobre músculos e preconceitos que não vemos


Nos dias 26, 27 e 28 de abril aconteceu aqui no Rio de Janeiro o evento multiesportivo Arnold Classic Brasil 2013. Foi um evento com competições de luta, fisiculturismo, pole dance e hummm... força. Não sei como denominar aquela competição em que os caras disputam literalmente pra ver quem é o mais forte. Além das competições também havia uma exposição com stands de fabricantes de suplementos, equipamentos esportivos, livros, revistas, muita coisa relacionada a esportes e especificamente à musculação e ao fisiculturismo.



Passeio pela feira


 Numa mistura de curiosidade e falta do que fazer, fui à feira no sábado munido de câmera fotográfica e filmadora. Dei com a cara na porta porque a procura era tanta que os ingressos para o dia acabaram mas comprei um para domingo quando finalmente tive contato com essa galera.

Se liga no coroa
Sempre gostei de observar as pessoas, é uma vantagem de andar sozinho por aí. Observo casais e amigos na praia, em shoppings e feiras de fisiculturismo. De cara é curioso ver um comportamento comum em eventos assim, as pessoas competem para mostrar quem faz mais parte daquele meio. Exemplificando, em shows de rock, os caras competem pra mostrar quem é mais fã da banda ou de rock ou quem foi a mais shows. Em jogos de futebol você pode ouvir discussões sobre quem foi ao jogo mais importante do time, quem foi a mais jogos. Na feira do Arnold dava pra observar várias pessoas vestidas como se fossem pra academia além das camisas com frases clássicas como "Keep calm and stay strong", "No pain no gain" e "Go hard or go home". Juro que essa parte eu achei muito engraçada até porque nem sempre o cara que usava essa camisa parecia viver em academia.






Bella Falconi

Os stands mostravam os produtos além de oferecer amostra de suplementos para ser experimentada na hora (o que me livrou de enfrentar filas enormes para comer qualquer coisa lá) e alguns atletas bem famosos do ramo estavam lá. As pessoas tiravam fotos com eles, faziam filas, um ou outro eu conhecia. Pode parecer estranho para quem vê de fora mas são os ídolos daquela galera. Se fosse um evento de guitarra eu ia querer tirar foto com caras como Joe Satriani, Steve Vai e Eric Clapton. Sim, alguns dos atletas que estavam lá seriam equivalentes a esses guitarristas ou a quem você compararia Ronnie Coleman, oito vezes vencedor do Mr Olympia (título que o Schwarzenegger conquistou "só" sete vezes)?






Fisiculturismo feminino
zLá eu fiquei pensando sobre o que a maioria das pessoas pensa ao ver essa galera que gosta mesmo de malhar, se dedica a isso e cultiva seu corpo. "Os músculos são desse tamanho mas o cérebro deve ser minúsculo", "Prefiro malhar o cérebro" (como se uma coisa excluísse outra), e por aí vai. Então me digam se isso não é preconceito? Você vê um cara bem forte, que gosta de se exercitar e assume que o cara é burro? Alguém tem ideia de como se estuda na área de educação física e alimentação esportiva? A cada dia vemos notícias de que tal alimento faz mal para no mês seguinte sair uma pesquisa falando dos seus benefícios. Cada pessoa tem suas características físicas o que mostra que um profissional deve saber adequar o treino ao seu atleta e mesmo os atletas possuem um grande conhecimento sobre o treino que fazem.



Pole Dance

Mas isso pode! Falar que um cara forte não tem cérebro é permitido, não é preconceito! Dizer que quem gosta de se exercitar é burro está liberado, pode até falar que a pessoa é escrava da ditadura da beleza. Nem vou falar no quanto de inveja pode se esconder atrás de alguns comentários.


Carol Saraiva

Ronnie Coleman: miudinho

Olha a cara de tédio do maluco

3 comentários:

Tinúviel disse...

É aquela coisa, quem faz comentários preconceituosos só vai parar quando entrar para o "meio".
Há N questões sobre quem pratica musculação, seja por hobby, estética, profissão e etc..)mas independente da escolha, deve haver o respeito.
E de boa, quem fala esse tipo frase "Prefiro malhar o cérebro" não passa de um belo gordo(a), feio(a), preguiçoso(a), infeliz e necessita rebaixar os outros para se sentir melhor.

Adao Braga disse...

Eu não tenho gosto por educação física, fisiculturismo, dança, mas acho normal que outras pessoas gostem.

E deve ser verdade o contrário; eles pensarem acerca de minha profissão: ah! esses caras só pensa em computador, internet, coisas virtuais e tais.

É pra lá e pra cá

Murdock disse...

Está certo, Adão, também existe o preconceito de quem vive de atividade física contra quem prefere ficar em casa lendo ou mexendo no computador, é outro preconceito que não vemos.

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