- Logística
- Carteiras de estudante
A rota da turnê era descendo, São Paulo, Porto Alegre, Buenos Aires. Nesse intervalo encaixaram Curitiba. Voltar ao Rio seria complicado e eles teriam que deixar de fazer os shows no Sul. Mas, por causa da meia entrada, a renda obtida no Rio não seria equivalente ainda mais porque no Rio os shows de rock não costumam lotar... Há uma promessa de que eles toquem aqui em 2009, aliada à promessa do Bruce de voltar com o show completo e toda pirotecnia, ficamos na expectativa.
Então vemos que a culpa foi basicamente de nós, povo do Rio. Em Porto Alegre e Curitiba, quando um artista faz apenas um show, ele não é obrigado a oferecer meia entrada, somente em temporada completa, o que não ocorre no Rio. E aqui as carteirinhas são uma mistura de farra com 'necessidade', virou uma bola de neve. Se você não tem, fica quase inviável ir a shows e até ao cinema às vezes então muita gente falsifica e como muita gente falsifica, os produtores aumentam (dobram) os preços para compensar. Lembro quando vi Motörhead em 2004 e paguei R$ 60,00 e o show em Vitória-ES custava R$ 35,00. Por que a culpa foi nossa? Porque essa bola de neve começou com o público, querendo se dar bem como bom brasileiro. Mesmo com os ingressos ainda viáveis, muita gente já falsificava carteirinhas, dava seu jeito e ainda conquistamos o direito de nem precisar pagar à UNE/UBES pela carteira, a do colégio ou faculdade serve. E aí o círculo vicioso começou, hoje todo mundo paga o pato pela esperteza brasileira, não existe mais meia entrada e sim inteira e dobrada. Falta autocrítica ao nosso povo para enxergar isso. Em tempo, nunca falsifiquei carteirinha, usei da faculdade e até fiz uma da UNE quando estava no curso de formação do trabalho mas com declaração da Universidade para isso.
Outro problema é que, infelizmente, no Rio, rock não tem vez... Rádios dedicada ao gênero não vingam, shows ficam limitados ao boca-a-boca, não lotam, a não ser por mega eventos como The Police, Rolling Stones ou Rock in Rio em que vem gente de outros estados para assistir. No Rock in Rio III predominava o sotaque nordestino e paulista. Temos poucos lugares rock n roll na cidade, mesmo o Hard Rock Cafe toca funk. Ficamos limitados a isso... funk, axé, raves. De bom, resta um samba mas nada que se compare a um show de rock.
Aliás, dia 13, no Hard Rock Cafe, haverá a apresentação de uma banda cover do Iron refazendo o mesmo show da turnê, grandes chances de eu estar lá.
4 comentários:
o povo e o tal do maldito jeitinho.
Imagine em palmas tocantins;;
Lamentável, mas é uma grande verdade. O RJ é uma cidade camuflada, de cidades misturadas - como diria Fernandinha Abreu. Acho que é por isso que anda sem identidade musical. A cidade do samba, virou cidade do funk proibidão a la forro da feira de são cristovão.
Bicho...lamento muito por essa falta de cultura Rock n´ Roll no RJ. Uma pena, pois deixamos de conferir vários e vários shows.
Talvez, essa indiferença do público carioca seja por causa dos altos valores dos espetáculos e por causa da violência.
Beijão
Que violência Beth? Não tem violência em show de rock, tudo sempre corre em paz. E as brigas de galeras em bailes funk?
Quanto aos valores, a explicação tá no texto, culpa nossa com a "esperteza" das carteiras de estudantes.
Queridão
Perdão !!! Me referi a violência urbana. Desculpa, não completei o raciocínio e ficou meio subjetivo.
Meu namô leu teu texto e concordou ipis litteris - ele é guitarrista e blá blá blá blá blá ...
bjs
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